segunda-feira, 31 de maio de 2010

TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR




Como se manifesta a doença bipolar do humor:


Pode iniciar na infância, geralmente com sintomas como irritabilidade intensa, impulsividade e aparentes “tempestades afetivas”. Um terço dos indivíduos manifestará a doença na adolescência e quase dois terços, até os 19 anos de idade, com muitos casos de mulheres podendo ter início entre os 45 e 50 anos. Raramente começa acima dos 50 anos, e quando isso acontece, é importante investigar outras causas. A mania (eufórica) é caracterizada por:

Humor excessivamente animado, exaltado, eufórico, alegria exagerada e duradoura;

Extrema irritabilidade, impaciência ou “pavio muito curto”;

Agitação, inquietação física e mental;

Aumento de energia, da atividade, começando muitas coisas ao mesmo tempo sem conseguir terminá-las

Otimismo e confiança exageradas;
Pouca capacidade de julgamento, incapacidade de discernir;

Crenças irreais sobre as próprias capacidades ou poderes, acreditando possuir muitos dons ou poderes especiais;
Idéias grandiosas;

Pensamentos acelerados, fala muito rápida, pulando de uma idéia para outra,tagarelice;

Facilidade em se distrair, incapacidade de se concentrar;
Comportamento inadequado, provocador, intrometido, agressivo ou de risco;
Gastos excessivos;

Desinibição, aumento do contato social, expansividade;

Aumento do impulso sexual;

Agressividade física e/ou verbal;
Insônia e pouca necessidade de sono;

Uso de drogas, em especial cocaína, álcool e soníferos.


*** Três ou mais sintomas aqui relacionados devem estar presentes por, no mínimo, uma semana;
*** a hipomania é um estado de euforia mais leve que não compromete tanto a capacidade de funcionamento do paciente. Geralmente, passa despercebida por ser confundida com estados normais de alegria e devem durar no mínimo dois dias.


Humor melancólico, depressivo;

Perda de interesse ou prazer em atividades habitualmente interessantes;
Sentimentos de tristeza, vazio, ou aparência chorosa/melancólica;
Inquietação ou irritabilidade;

Perda ou aumento de apetite/peso, mesmo sem estar de dieta;
Excesso de sono ou incapacidade de dormir;
Sentir-se ou estar agitado demais ou excessivamente devagar (lentidão);
Fadiga ou perda de energia;
Sentimentos de falta de esperança, culpa excessiva ou pessimismo;
Dificuldade de concentração, de se lembrar das coisas ou de tomar decisões;
Pensamentos de morte ou suicídio, planejamento ou tentativas de suicídio;
Dores ou outros sintomas corporais persistentes, não provocados por doenças ou lesões físicas.

A DEPRESSÃO, que pode ser de intensidade leve, moderada ou grave, É CARACTERIZADA POR:

*** estes sintomas manifestam-se na maior parte do tempo por, pelo menos, DUAS semanas.

O estado misto é caracterizado por:

Sintomas depressivos e maníacos acentuados acontecendo simultaneamente;

A pessoa pode sentir-se deprimida pela manhã e progressivamente eufórica com o passar do dia, ou vice-versa;
Pode ainda apresentar-se agitada, acelerada e ao mesmo tempo queixar-se de angústia, desesperança e idéias de suicídio;
Os sintomas freqüentemente incluem agitação, insônia e alterações do apetite.


Nos casos mais graves, podem haver sintomas psicóticos (alucinações e delírios) e pensamentos suicidas;

*** os sintomas devem estar presentes a maior parte dos dias por, no mínimo, uma semana.

De que outras formas a doença bipolar do humor pode se manifestar:

Existem três outras formas através das quais a doença bipolar do humor pode se manifestar, além de episódios bem definidos de mania e depressão.
Uma primeira forma seria a hipomania, em que também ocorre estado de humor elevado e expansivo, eufórico, mas de forma mais suave. Um episódio hipomaníaco, ao contrário da mania, não é suficientemente grave para causar prejuízo no trabalho ou nas relações sociais, nem para exigir a hospitalização da pessoa.
Uma segunda forma de apresentação da doença bipolar do humor seria a ocorrência de episódios mistos, quando em um mesmo dia haveria a alternância entre depressão e mania. Em poucas horas a pessoa pode chorar, ficar triste, sentindo-se sem valor e sem esperança, e no momento seguinte estar eufórica, sentindo-se capaz de tudo, ou irritada, falante e agressiva.
A terceira forma da doença bipolar do humor seria aquela conhecida como transtorno ciclotímico, ou apenas ciclotimia, em que haveria uma alteração crônica e flutuante do humor, marcada por numerosos períodos com sintomas maníacos e numerosos períodos com sintomas depressivos, que se alternariam.

Tais sintomas depressivos e maníacos não seriam suficientemente graves nem ocorreriam em quantidade suficiente para se ter certeza de se tratar de depressão e de mania, respectivamente. Seria, portanto, facilmente confundida com o jeito de ser da pessoa, marcada por instabilidade do humor.

É como levar uma vida dupla. Uma hora a euforia toma conta e leva o organismo ao seu limite de excitação, até mesmo sexual. É energia que não acaba mais, a ponto de o sono tornar-se quase desnecessário. Perdese a capacidade de julgamento e a autocrítica e há quem se torne irritadiço. Para descrever esse estado de ânimo os médicos utilizam o termo mania. Ela é um dos extremos de uma doença caracterizada por uma profunda instabilidade de humor, o qual oscila entre esse estado eufórico intenso e o seu oposto, a depressão

Espectro bipolar:

No espectro bipolar se pode incluir desde pessoas de temperamento forte, exagerado ou impulsivo (temperamento hipertímico ou ciclotímico sem transtorno do humor evidente) e que preferem novidades e aventuras, à rotina, até os portadores de transtorno do humor bipolar do tipo I, antigamente chamado de psicose maníaco-depressiva. Entre esses dois extremos estão os que têm versões atenuadas (bipolares tipo II), em que os estados de ânimo depressivo ou maníaco se manifestam, mas são mais suaves e breves do que nos bipolares tipo I. Algumas pessoas deste espectro manifestam as alterações do humor mais como irritabilidade, apatia e/ou ansiedade do que como euforia ou tristeza. Todos fazem parte do mesmo espectro ou perfil, com características de temperamento semelhantes quando estão bem. Porém, mesmo que uma pessoa não tenha ainda apresentado as variações do humor para acima ou para baixo pode ser considerada como do espectro bipolar, pois o termo bipolar não representa apenas a amplitude das situações reais. Em primeiro lugar, a idéia que só existe dois pólos do humor não é verdadeira, ou seja, o humor não varia apenas entre tristeza/depressão e alegria/euforia.

O individuo pode estar ansioso, irritado ou aborrecido, por exemplo.Outro parâmetro importante está na velocidade do humor, pois o humor pode ser acelerado/hiperativo ou lentificado/apático.. Nos episódios mistos, o paciente pode estar mau, mas talvez não seja possível enquadrar os sintomas somente no pólo de mania/hipomania ou no pólo depressivo, por ter uma mistura dos dois pólos. Isso pode passar como alguém que estar sem energia, mas com o pensamento rápido que não consegue parar, ou com alguém que estar em alternância entre estados mais agitados e eufóricos e outros mais apáticos e deprimidos.


Espectro bipolar, segundo Olavo Pinto e Akiskal .


1) Bipolar tipo I: representa toda amplitude de variação do humor, é o pico mais alto (mania plena), que pode durar várias semanas, até depressões graves. Em geral começa entre os 15 e 30 anos, mas há casos de início mais tardio. Não é raro apresentar sintomas psicóticos como delírios ou mesmo alucinações. Caso não seja tratado, em geral prejudica enormemente o curso da vida do individuo.

2) Bipolar tipo II: a fase maníaca é mais suave e curta, por isso é chamada de hipomania. Os sintomas são semelhantes, mas não prejudica a pessoa de modo tão significativo, pois, apesar de semelhantes não são tão intensos. As depressões por outro lado, podem ser profundas. Também pode iniciar-se na adolescência, com oscilações do humor, mas uma parte dos pacientes só expressa a fase depressiva ao redor dos 40 anos. Com freqüência os sintomas do humor deixam de ser de um pólo para assumir características mistas, são os Estados Mistos de tão difícil tratamento.

3) Bipolar tipo III: é uma classificação usada quando a fase maníaca ou hipomaníaca é induzida por psicofármacos, antidepressivos ou psicoestimulantes, é o caso de pacientes que pertencem ao espectro bipolar, mas o pólo positivo só é descoberto pelo uso dessas drogas, Sem antidepressivos, em geral, manifestam características de temperamento hipertímico ou ciclotímico. Como regra, devem ser tratados como bipolares, mesmo que saiam do quadro maníaco com a retirada do antidepressivo, porque tendem a voltar a apresentar hipomania.

4) Bipolar tipo IV: É o caso dos pacientes que nunca tiveram mania ou hipomania, mas têm uma história do humor um pouco mais vibrante, pois, possuem temperamento hipertímico. A fase depressiva pode ocorrer por volta dos 50 anos e pode apresentar-se com características mistas.





sexta-feira, 21 de maio de 2010

VIDEOS SOBRE OS TANSTORNOS ALIMENTARES

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ANOREXIA E BULIMIA LEVAM A MORTE...

TERAPIA INFÂNTIL E SUA IMPORTÂNCIA

TERAPIA INFANTIL E SUA IMPORTÂNCIA








Atualmente, as crianças são muito exigidas em função do mundo em que vivemos: devem saber dominar a informática, falar outras línguas, praticar esportes, tirarem sempre notas altas na escola, serem boazinhas e obedientes, enfim, serem “eficientes” naquilo que fazem. Estando sempre ocupadas com atividades que precisam cumprir (nem sempre tendo tempo para brincar, jogar, chorar, brigar...), não conseguem ser o que são, isto é, crianças, e sobrecarregam-se para serem aceitas pelos outros.



Tantas responsabilidades podem ser colocadas como obstáculos, uma vez que nem sempre o indivíduo consegue facilmente se adaptar a elas. Isso pode prejudicar o desenvolvimento sadio da criança. Esta se perde dentre tantas informações e requisições e, na tentativa de sobreviver ao desencontro consigo mesma, utiliza-se de alguns comportamentos tais como: agressividade, hiperatividade, angústia, medos, enurese noturna, ser bonzinho em demasia, ser apegada a adultos, reter fezes, desenvolver tiques, dificuldades escolares e de relacionamentos com os colegas e pais, falta de limite, síndromes de pânico, depressão infantil, dentre tantos outros. Estas cobranças sofridas pela criança, podem tanto ser de ordem interna como e, também, de ordem externa.



Existem crianças que manifestam esses sentimentos de outra forma, quando se percebem em meio a conflitos (entre os pais, dentro da escola ou em alguma situação específica), acabam "adoecendo" na tentativa de informar que algo não vai muito bem. Diante de tais conflitos, podem se sentir responsáveis por dilemas que não são seus, mas que vivenciam como sendo.



Dessa forma não há porque se estranhar à necessidade de um facilitador (processo psicoterapêutico) para assegurar o bom andamento do desenvolvimento humano. A importância de uma psicoterapia para as pessoas que estejam passando por distúrbios e conflitos têm se mostrado de grande importância. O afeto e o comportamento do indivíduo são determinados pelo modo como ele se estrutura no mundo. A partir do processo terapêutico, o sujeito tem a possibilidade de re-significar pensamentos e vivências, podendo descobrir outras maneiras de ver a realidade e formas de viver mais satisfatórias aos objetivos deste. A psicoterapia infantil visa auxiliar a criança e os pais e/ou cuidadores, quando algo não está bem no desenvolvimento emocional ou social da criança. Entende-se assim, a necessidade de um ambiente que proporcione momentos à criança e os pais e/ou cuidadores para que pensem suas relações, suas escolhas, suas dificuldades, seus sonhos, suas possibilidades; em um espaço protegido, no qual o indivíduo possa se experimentar, se escutar, sentir, fantasiar entre outros. Através da utilização de algumas técnicas que têm embasamento na psicologia, a criança pode se experimentar sendo ela mesma e, no relacionamento estabelecido em terapia, que é uma analogia à relação com os outros, pode "organizar" seus conflitos vivenciados internamente, aproveitando sua fase de desenvolvimento com mais tranqüilidade.


O trabalho que tem como foco auxiliar as crianças e seus pais/cuidadores a trabalharem e refletirem sobre os seus conflitos, dúvidas, angústias, dores, entre outros conteúdos, pode ser feito de diferentes maneiras, se utilizando técnicas e meios para contribuírem nesse processo. Através das técnicas expressivas e de relaxamento há a facilitação do entrar em contato e, do trabalho com esses conteúdos, muitas vezes dolorosos e difíceis de se abordar. Estas técnicas embasadas pelo conhecimento da psicologia permitem que o indivíduo seja visto e, portanto trabalhado de forma mais global e dinâmico.


Além de ser recomendada para o tratamento de problemas específicos (hiperatividade, depressão, mania, etc), a psicoterapia infantil fornece respaldo para que a criança escolha seu próprio caminho, uma vez que os outros não poderão escolher sempre por ela. Independente do "rótulo" (ou diagnóstico) que carrega, a criança pode se redescobrir, diferenciando-se das críticas e avaliações externas tomadas para si, sendo mais feliz no presente e sofrendo menos na fase adulta.


















quinta-feira, 20 de maio de 2010

TERAPIA PARA O CASAL






Sua importância:






Almenos se um buscar ajuda para o casal, ja terá bons resultados...






O ato de se relacionar afetivamente é muito importante e saudável para a vida das pessoas. No entanto, conviver com os outros e compartilhar a sua vida com alguém de forma harmônica tende a ser um desafio para muitos.




Além das divergências de opinião e daquelas "manias" que outro insiste em manter e que nos irritam, há também as intercorrências e probleminhas cotidianos que acabam promovendo os momentos de discórdia e de crise no relacionamento.Geralmente nesses momentos de crise o casal acaba se distanciando mais e o diálogo que é fundamental para um bom relacionamento, acaba se tornando algo tenso e difícil de ser conduzido.




Os momentos de crise não necessariamente sinalizam o fim do amor, da admiração ou o término do relacionamento. Eles têm a função de avisar ao casal que algo está precisando ser reformulado e "ajeitado" para que o relacionamento continue dando certo.Se diante de uma crise uma das partes fica com medo das conseqüências futuras e procura fazer as pazes com o outro sem tocar no motivo da discórdia, ou sem chegar a um entendimento sobre o ocorrido, o problema não é resolvido, ele apenas é deixado de lado.




O hábito de deixar os problemas de lado é prejudicial ao casal, porque quando houver um novo desentendimento, as questões antigas serão trazidas a tona e a situação piorará cada vez mais.A cada novo desentendimento as mágoas surgirão e aumentarão como uma bola de neve, até o momento em que as brigas se tornarão constantes, as mágoas se instalarão em ambos e o diálogo se tornará algo impraticável.Se nas primeiras crises ou desentendimentos o casal procurar alguém para auxiliá-los, os problemas de convivência ou o fim do relacionamento poderão ser evitados.




Outra queixa comum nos relacionamentos, é a diferença de ritmo e de apetite sexual.A função do terapeuta de casal não é dar palpites ou conselhos na vida das pessoas, mas sim identificar qual é o tipo de comunicação que prevalece no relaciomento, o que une o casal e principalmente como é a forma que ambos utilizam para expressar o afeto.A terapia de casal tem como objetivos melhorar a comunicação, desenvolver habilidades para solucionar problemas, mudar padrões de comportamento destrutivos, aliviar as dificuldades na cama e, principalmente, reavaliar as crenças sobre o relacionamento.Infelizmente, apesar da divulgação e da comprovada eficácia da técnica, muitos casais mostram-se resistentes na hora de procurar esse tipo de tratamento.




O primeiro motivo de resistência, é ter que admitir que algo está errado, depois há a dificuldade de aceitar a interferência de uma terceira pessoa na relação, o receio do que os colegas e familiares irão falar, a resistência dos homens em falar sobre a sua intimidade e a insegurança com relação ao destino do relacionamento após o processo.Se o seu parceiro é muito resistente e jamais irá aceitar a terapia como forma de reformular o relacionamento, o fato de somente uma das partes do casal procurar um profissional é capaz de surtir efeitos positivos no relacionamento.Portanto, converse com o seu parceiro sobre a terapia e procure o auxílio de um profissional para evitar que as questões cotidianas, o acúmulo de mágoas, a falta de diálogo e o excesso de rotina levem a um desgaste irreversível do relacionamento.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

TRANSTORNOS NA INFÂNCIA

TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS NA INFÂNCIA






O pensar, a capacidade de utilizar uma linguagem escrita, falada ou ainda de experimentar sentimentos não nascem com a criança, estando profundamente relacionados a seu desenvolvimento.


Desde o nascimento, o bebê vai tendo experiências na relação com a mãe ou com quem o cuida que lhe vão permitindo, de forma rudimentar, classificar "o que é igual ou diferente". Ao cuidar do bebê, a mãe deverá ser capaz de "traduzir", à sua maneira, as necessidades do mesmo. Os gestos ou tipos de cuidados fazem com que o bebê aprenda a discriminar as suas sensações do ambiente externo.


Dessa maneira, é de suma importância que o cuidador tolere sensivelmente o desconforto do bebê, administrando os cuidados necessários afetivamente, para que dessa maneira a criança construa uma integrada condição emocional.


Existem, entretanto, transtornos psiquiátricos que podem ocorrer no desenvolvimento da criança, os quais examinaremos a seguir e que são:
Transtornos da aprendizagem, transtornos das habilidades motoras e transtornos da comunicação (linguagem) .

Os transtornos da aprendizagem referem-se a dificuldades na leitura, na capacidade matemática ou nas habilidades de escrita, medidas por testes padrões que estão substancialmente abaixo do esperado, considerando-se a idade da criança, seu quociente de inteligência (QI ) e grau de escolaridade.

No transtorno das habilidades motoras, o desempenho em atividades diárias que exigem coordenação motora está abaixo do esperado para a idade, como por exemplo atraso para sentar, engatinhar, caminhar, deixar cair coisas, fraco desempenho nos esportes ou caligrafia insatisfatória. Muitas vezes essa criança é vista como desajeitada, tropeçando com freqüência ou inábil para abotoar suas roupas ou amarrar os cadarços do sapato.


Nos transtornos da comunicação a perturbação pode manifestar-se por sintomas que incluem um vocabulário limitado, erros grosseiros na conjugação de verbos, dificuldade para evocar palavras ou produzir frases condizentes com sua idade cronológica. Os problemas de linguagem também podem ser causados por perturbações na capacidade de articular sons ou palavras.


Não é raro a presença de mais de um desses transtornos de aprendizagem em uma mesma criança, muitas vezes estando associados com o transtorno de hiperatividade e déficit de atenção. O tratamento das dificuldades de aprendizagem inclui muitas vezes reforço escolar, tratamento psicopedagógico ou até mesmo encaminhamentos para escolas especiais, dependendo da gravidade do problema. A baixa auto-estima, a repetência escolar e o abandono da escola são complicações comuns nesses transtornos. Assim, a abordagem psicopedagógica e o aconselhamento escolar são cruciais. Pode estar indicada também tanto a psicoterapia individual quanto a de grupo ou familiar, conforme a situação. O tratamento com medicação está indicado apenas em casos comprovadamente associados a transtornos que exijam o uso de remédios, como o TDAH e quadros graves de depressão e fobia escolar.



Transtorno do déficit de atenção-hiperatividade



As crianças com esse transtorno são consideradas, com freqüência, crianças com um temperamento difícil. Elas prestam atenção a vários estímulos, não conseguindo se concentrar em uma tarefa única e, assim, cometendo erros muitas vezes grosseiros. É comum terem dificuldade para manter a atenção, mesmo em atividades lúdicas e com freqüência parecem não escutar quando chamadas. Muitas vezes não conseguem terminar seus deveres escolares, tarefas domésticas ou deveres profissionais. Têm dificuldade para organizar tarefas, evitando, antipatizando ou relutando em envolver-se em tarefas que exijam esforço mental constante. Costumam perder facilmente objetos de uso pessoal. Esquecem facilmente atividades diárias.


A hiperatividade aparece como uma inquietação, manifesta por agitação de mãos ou pés e não conseguir permanecer parado na cadeira. São crianças que quase sempre saem de seus lugares em momentos não apropriados, correm em demasia, têm dificuldade de permanecer em silêncio, estando freqüentemente "a mil".
Outra característica desse transtorno é a impulsividade, que aparece em respostas precipitadas mesmo antes de as perguntas terem sido completadas. Com freqüência, são crianças que têm dificuldade de aguardar sua vez, interrompendo ou intrometendo-se em assuntos alheios.


O transtorno deve ser diagnosticado e tratado ainda na infância para não causar maiores prejuízos ao desenvolvimento interpessoal e escolar da criança. O tratamento inclui psicoterapia individual e, às vezes, terapia familiar. Quase sempre faz-se necessário o uso de medicação com um resultado muito satisfatório.


Transtornos do Comportamento Disruptivo



Os transtornos da infância diretamente relacionados com o comportamento são os transtornos de oposição e desafio e o transtorno de conduta. São caracterizados por um padrão repetitivo e persistente de comportamento agressivo, desafiador, indo contra as regras de convivência social. Tal comportamento deve ser suficientemente grave, sendo diferente de travessuras infantis ou rebeldia "normal" da adolescência. O Transtorno de oposição e desafio (TOD) tem maior incidência na faixa etária dos 4 aos 12 anos e atinge mais meninos que meninas. Tem como característica um comportamento opositor às normas, discute com adultos, perde o controle, fica aborrecido facilmente e aborrece aos outros.

No Transtorno de Conduta, que é mais comum entre adolescentes do que crianças e é mais comum também entre meninos, o padrão disfuncional de comportamento é mais grave que no Transtorno de oposição e desafio. Eles freqüentemente agridem pessoas e animais, envolvem-se em brigas, em destruição de propriedade alheia, furtos ou ainda agressão sexual. Sérias violações de regras, como fugir de casa, não comparecimento sistemático à aula e enfrentamento desafiador e hostil com os pais também são sinais da doença. Esse transtorno está freqüentemente associado à ambientes psicossociais adversos, tais como: instabilidade familiar, abuso físico ou sexual, violência familiar, alcoolismo e sinais de severa perturbação dos pais.


A comorbidade desses transtornos com o abuso de substâncias e TDAH chega a quase 50%. O tratamento dos transtornos de oposição e de conduta envolve principalmente psicoterapia individual e familiar, e às vezes reclusão em unidades corretivas. O tratamento das comorbidades é fundamental e pode necessitar de medicação (nos casos de TDAH) ou até internação (em quadros graves de dependência química).



Transtornos Depressivos na Infância



O reconhecimento de transtornos depressivos na infância ocorreu no final da década de 60. Surgiram então três conceitos:

sintomas depressivos análogos aos dos adultos não existem; a depressão manifesta-se por sintomas específicos nessa faixa etária; a sintomatologia depressiva surge mascarada por outros sintomas ou síndromes,
tais como hiperatividade, enurese, encoprese, déficit de aprendizagem e transtorno de conduta.

Transtornos depressivos ocorrem tanto em meninos quanto em meninas. Os sintomas de depressão podem ser : isolamento, calma excessiva, agitação, condutas auto e hetero-agressivas, intensa busca afetiva, alternando atitudes prestativas com recusas de relacionamento. A socialização está geralmente perturbada: pode haver recusa em brincar com outras crianças e dificuldade para aquisição de habilidades. As queixas somáticas são freqüentes: dificuldade do sono (despertar noturno, sonolência diurna), alteração do padrão alimentar. Queixas de falta de ar, dores de cabeça e no estômago, problemas intestinais e suor frio também são freqüentes.


A criança deprimida apresenta incapacidade para divertir-se, algumas vezes queixando-se de estar aborrecida. Assistem muita televisão não se importando qual seja o programa. A baixa auto-estima e a culpa excessiva, além da diminuição do rendimento escolar são característicos da depressão. Apresentam também muita irritabilidade, sendo descritas pelos pais como mal humoradas.
Os transtornos depressivos da infância podem ser classificados em duas formas bem distintas. A primeira delas, a distimia que, etmológicamente significa "mal-humorado", é uma forma crônica de depressão com início insidioso, podendo durar toda a vida da pessoa. Para firmar este diagnóstico é preciso que o humor seja depressivo ou irritável e esteja presente quase todos os dias por pelo menos um ano.


A outra forma de depressão, transtorno depressivo maior é caracterizada por períodos ou crises apresentando uma síndrome depressiva completa (todos os sintomas descritos anteriormente) por pelo menos duas semanas, causando importantes prejuízos na vida da criança. Podem estar presentes alucinações, ideação ou condutas suicidas. Essa crise é nitidamente diferente do funcionamento habitual da criança.

Os transtornos depressivos são bastante tratáveis hoje em dia, obtendo-se bons resultados. Pais que desconfiem que um filho sofra desse mal devem levá-lo a um psiquiatra ou serviço de psiquiatria para uma avaliação. O tratamento utiliza medicações antidepressivas e acompanhamento psicológico. Internações são necessárias em duas situações: quando o paciente fica psicótico (fora da realidade), o que é raro, ou quando existe risco de suicídio.



Transtornos Globais do Desenvolvimento (Autismo Infantil)



Esse grupo de transtornos é caracterizado por severas anormalidades nas interações sociais recíprocas, nos padrões de comunicação estereotipados e repetitivos, além de um estreitamento nos interesses e atividades da criança. Costumam se manifestar nos primeiros cinco anos de vida . Existem várias formas de apresentação dos transtornos globais, não havendo até o presente momento um consenso quanto à forma de classificá-los.


A forma mais conhecida é o Autismo Infantil, definido por um desenvolvimento anormal que se manifesta antes dos três anos de vida, não havendo em geral um período prévio de desenvolvimento inequivocamente normal. As crianças com transtorno autista podem ter alto ou baixo nível de funcionamento, dependendo do QI, da capacidade de comunicação e do grau de severidade nos seguintes itens:
prejuízo acentuado no contato visual direto, na expressão facial, posturas corporais e outros gestos necessários para comunicar-se com outras pessoas.
fracasso para desenvolver relacionamentos com outras crianças, ou até mesmo com seus pais.


falta de tentativa espontânea de compartilhar prazer, interesses ou realizações com outras pessoas (por exemplo: não mostrar, trazer ou apontar objetos de interesse ).


atraso ou ausência total da fala ( não acompanhado por uma tentativa para compensar através de modos alternativos de comunicação, tais como gestos ou mímicas ).


em crianças com fala adequada, acentuado prejuízo na capacidade de iniciar ou manter uma conversa.


uso repetitivo de mesmas palavras ou sons.

ausência de jogos ou brincadeiras variadas de acordo com a idade.

a criança parece adotar uma rotina ou ritual específico em seu ambiente, com extrema dificuldade e sofrimento quando tem que abrir mão da mesma.


movimentos repetitivos ou complexos do corpo.

preocupação persistente com partes de objetos.


Outras formas de transtornos globais do desenvolvimento são:


Autismo atípico,

Síndrome de Rett,


Transtorno desintegrativo da infância,
Síndrome de Asperger.



O tratamento do transtorno autista visa principalmente uma educação especial com estimulação precoce da criança. A terapia de apoio familiar é muito importante: os pais devem saber que a doença não resulta de uma criação incorreta e necessitam de orientações para aprenderem a lidar com a criança e seus irmãos. Muitas vezes se faz necessário o uso de medicações para controlar comportamentos não apropriados e agressivos. O prognóstico destes transtornos é muito reservado e costumam deixar importantes seqüelas ou falhas no desenvolvimento dessas pessoas na idade adulta.



Transtornos de Tique



A manifestação predominante nessas síndromes é alguma forma de tique. Um tique é uma produção vocal ou movimento motor involuntário, rápido, recorrente (repetido) e não rítmico (usualmente envolvendo grupos musculares circunscritos), sem propósito aparente e que tem um início súbito. Os tiques motores e vocais podem ser simples ou complexos. Os tiques simples em geral são os primeiros a aparecer. Podem ser:


tiques motores simples:


piscar os olhos, balançar a cabeça, fazer caretas.


tiques vocais simples:

tossir, pigarrear, fungar.


tiques motores complexos:


bater-se, saltar.


tique vocal complexo:


coprolalia (uso de termos chulos), palilalia (repetição das próprias palavras), ecolalia (repetição de palavras alheias).


O tratamento requer medicação e psicoterapia, principalmente para diminuir o isolamento social que comumente ocorre nesse transtorno.


Transtornos da Excreção



Esse transtorno inclui a enurese e a encoprese . A enurese é caracterizada por eliminação de urina de dia e/ou a noite, a qual é anormal em relação à idade da criança e não decorrente de nenhuma patologia orgânica. A enurese pode estar presente desde o nascimento ou pode surgir seguindo-se a um período de controle vesical adquirido. A enurese não costuma ser diagnosticada antes da criança completar cinco anos de idade e requer, para ser caracterizada, uma freqüência de duas vezes por semana, por pelo menos três meses.


A encoprese é a evacuação repetida de fezes em locais inadequados (roupas ou chão), involuntária ou intencional. Para se fazer o diagnóstico é preciso que esse sintoma ocorra pelo menos uma vez por mês, por no mínimo três meses em crianças com mais de quatro anos. Ambas patologias podem ocorrer pelo nascimento de um irmão, separação dos pais ou outro evento que possa traumatizar a criança. A encoprese deliberada pode significar grave comprometimento emocional. Ambas podem durar anos, mas acabam evoluindo para uma remissão espontânea. Esses transtornos comumente geram intenso sofrimento na criança, levando a uma estigmatização, com conseqüente baixa da auto-estima. Geram também isolamento social e perturbações no ambiente e nas relações familiares.


O tratamento abrange psicoterapia e utilização de medicamentos.

Transtornos de Ansiedade na Infância


A ansiedade é um sentimento vago e desagradável de medo e apreensão, caracterizado por tensão ou desconforto derivados de uma antecipação de perigos. As crianças em geral não reconhecem quando seus medos são exagerados ou irracionais. Uma maneira prática de diferenciar ansiedade normal de ansiedade patológica é avaliar se a reação ansiosa é de curta duração, auto limitada e relacionada ao estímulo do momento. Os sintomas de ansiedade podem ocorrer em varias outras condições psiquiátricas tais como: depressões, psicoses, transtornos do desenvolvimento, transtorno hipercinético, entre outros. A causa dos transtornos ansiosos infantís é muitas vezes desconhecida e provavelmente multifatorial, incluindo fatores hereditários e ambientais diversos, com o peso relativo de cada fator variando de caso a caso.



Transtorno da Ansiedade de Separação



Esse é o mais comum dos transtornos de ansiedade, acometendo 4% das crianças. Caracteriza-se por uma ansiedade não apropriada e excessiva em relação à separação do lar (pais) ou de figuras importantes cuidadoras para a criança, inadequada para a fase do desenvolvimento da criança. Essas crianças, quando ficam sozinhas, temem que algo possa acontecer para elas ou para seus cuidadores (acidentes, seqüestro, assaltos, ou doenças) que os afastem definitivamente de si. Demonstram um comportamento excessivo de apego aos seus cuidadores, não permitindo o afastamento desses ou telefonando repetidamente para eles afim de tranqüilizar-se sobre seus temores. É comum nessas crianças a ocorrência de recusa escolar. Se a criança sabe que seus pais vão se ausentar apresenta manifestações somáticas de ansiedade (dor abdominal, dor de cabeça, náusea, vômitos, palpitações, tonturas e sensação de desmaio). Em muitos casos de crianças afetadas os pais foram ou são portadores de algum transtorno de ansiedade.


A perturbação tem uma duração mínima de quatro semanas e causa sofrimento significativo no funcionamento da vida da criança.


O tratamento requer psicoterapia individual com orientação familiar e intervenções farmacológicas quando os sintomas são graves e incapacitantes. Quando há recusa escolar, o retorno às aulas deve ser o mais rápido possível para evitar cronicidade e evasão. É muito importante haver uma sintonia entre pais, escola e terapeuta.



Fobias específicas e Fobia social



As fobias específicas são definidas pela presença de medo excessivo e persistente, relacionado a um determinado objeto ou situação. Exposta ao estímulo fóbico, a criança procura correr para perto de um dos pais ou de alguém que a faça sentir-se protegida. Pode apresentar crises de choro, desespero, imobilidade, agitação psicomotora ou até mesmo ataque de pânico. Os medo mais comuns na infância são de pequenos animais, injeções, escuridão, altura e ruídos intensos. Essas fobias diferenciam-se dos medos normais da infância por serem reações excessivas, não adaptativas e que fogem do controle da criança.


Na fobia social a criança apresenta um medo persistente e intenso de situações onde julga estar exposta à avaliação de outros , tendendo a sentir-se envergonhada ou humilhada. Essas crianças relatam desconforto em situações como :



falar em sala de aula,


comer junto a outras crianças,

ir a festas,


escrever na frente de outros colegas,


usar banheiros públicos.



Quando expostas a essas situações é comum apresentarem sintomas físicos como palpitações, tremores, calafrios, calores, sudorese e náusea.


O tratamento mais utilizado para essas fobias tem sido a psicoterapia cognitivo-comportamental

DEPRESSÃO E SEUS NÍVEIS

Transtorno depressivo, depressão maior, depressão
unipolar, incluindo ainda tipos diferenciados de
depressão, como depressão grave, depressão psicótica,
depressão atípica, depressão endógena, melancolia,
depressão sazonal.









Depressão é uma doença que se caracteriza por afetar o estado de humor da pessoa, deixando-a com um predomínio anormal de tristeza. Todas as pessoas, homens e mulheres, de qualquer faixa etária, podem ser atingidas, porém mulheres são duas vezes mais afetadas que os homens. Em crianças e idosos a doença tem características particulares, sendo a sua ocorrência em ambos os grupos também freqüente.



Como se desenvolve a depressão?



Na depressão como doença (transtorno depressivo), nem sempre é possível haver clareza sobre quais acontecimentos da vida levaram a pessoa a ficar deprimida, diferentemente das reações depressivas normais e das reações de ajustamento depressivo, nas quais é possível localizar o evento desencadeador.


As causas de depressão são múltiplas, de maneira que somadas podem iniciar a doença. Deve-se a questões constitucionais da pessoa, com fatores genéticos e neuroquímicos (neurotransmissores cerebrais) somados a fatores ambientais, sociais e psicológicos, como:


Estresse


Estilo de vida


Acontecimentos vitais, tais como crises e separações conjugais, morte na família, climatério, crise da meia-idade, entre outros.



Como se diagnostica a depressão?



Na depressão a intensidade do sofrimento é intensa, durando a maior parte do dia por pelo menos duas semanas, nem sempre sendo possível saber porque a pessoa está assim. O mais importante é saber como a pessoa sente-se, como ela continua organizando a sua vida (trabalho, cuidados domésticos, cuidados pessoais com higiene, alimentação, vestuário) e como ela está se relacionando com outras pessoas, a fim de se diagnosticar a doença e se iniciar um tratamento médico eficaz.


O que sente a pessoa deprimida?


Freqüentemente o indivíduo deprimido sente-se triste e desesperançado, desanimado, abatido ou " na fossa ", com " baixo-astral ". Muitas pessoas com depressão, contudo, negam a existência de tais sentimentos, que podem aparecer de outras maneiras, como por um sentimento de raiva persistente, ataques de ira ou tentativas constantes de culpar os outros, ou mesmo ainda com inúmeras dores pelo corpo, sem outras causas médicas que as justifiquem. Pode ocorrer também uma perda de interesse por atividades que antes eram capazes de dar prazer à pessoa, como atividades recreativas, passatempos, encontros sociais e prática de esportes. Tais eventos deixam de ser agradáveis. Geralmente o sono e a alimentação estão também alterados, podendo haver diminuição do apetite, ou mesmo o oposto, seu aumento, havendo perda ou ganho de peso. Em relação ao sono pode ocorrer insônia, com a pessoa tendo dificuldade para começar a dormir, ou acordando no meio da noite ou mesmo mais cedo que o seu habitual, não conseguindo voltar a dormir. São comuns ainda a sensação de diminuição de energia, cansaço e fadiga, injustificáveis por algum outro problema físico.



Como é o pensamento da pessoa deprimida?



Pensamentos que freqüentemente ocorrem com as pessoas deprimidas são os de se sentirem sem valor, culpando-se em demasia, sentindo-se fracassadas até por acontecimentos do passado. Muitas vezes questões comuns do dia-a-dia deixam os indivíduos com tais pensamentos.


Muitas pessoas podem ter ainda dificuldade em pensar, sentindo-se com falhas para concentrar-se ou para tomar decisões antes corriqueiras, sentindo-se incapazes de tomá-las ou exagerando os efeitos "catastróficos" de suas possíveis decisões erradas.


Pensamentos de morte ou tentativas de suicídio


Freqüentemente a pessoa pode pensar muito em morte, em outras pessoas que já morreram, ou na sua própria morte. Muitas vezes há um desejo suicida, às vezes com tentativas de se matar, achando ser esta a " única saída " ou para " se livrar " do sofrimento, sentimentos estes provocados pela própria depressão, que fazem a pessoa culpar-se, sentir-se inútil ou um peso para os outros.


Esse aspecto faz com que a depressão seja uma das principais causas de suicídio, principalmente em pessoas deprimidas que vivem solitariamente. É bom lembrar que a própria tendência a isolar-se é uma conseqüência da depressão, a qual gera um ciclo vicioso depressivo que resulta na perda da esperança em melhorar naquelas pessoas que não iniciam um tratamento médico adequado.



Sentimentos que afetam a vida diária e os relacionamentos pessoais



Freqüentemente a depressão pode afetar o dia-a-dia da pessoa. Muitas vezes é difícil iniciar o dia, pelo desânimo e pela tristeza ao acordar. Assim, cuidar das tarefas habituais pode tornar-se um peso: trabalhar, dedicar-se a uma outra pessoa, cuidar de filhos, entre outros afazeres podem tornar-se apenas obrigações penosas, ou mesmo impraticáveis, dependendo da gravidade dos sintomas. Dessa forma, o relacionamento com outras pessoas pode tornar-se prejudicado: dificuldades conjugais podem acentuar-se, inclusive com a diminuição do desejo sexual; desinteresse por amizades e por convívio social podem fazer o indivíduo tender a se isolar, até mesmo dificultando a busca de ajuda médica.


Como se trata a depressão?



A depressão é uma doença reversível, ou seja, há cura completa se tratada adequadamente. O tratamento médico sempre se faz necessário, sendo o tipo de tratamento relacionado ao perfil de cada paciente. Pode haver depressões leves, com poucos aspectos dos problemas mostrados anteriormente e com pouco prejuízo sobre as atividades da vida diária. Nesses casos, o acompanhamento médico é fundamental, mas o tratamento pode ser apenas psicoterápico.


Pode haver também casos de depressões bem mais graves, com maior prejuízo sobre o dia-a-dia do indivíduo, podendo ocorrer também sintomas psicóticos (como delírios e alucinações) e ideação ou tentativas de suicídio. Nessa situação, o tratamento medicamentoso se faz obrigatório, além do acompanhamento psicoterápico.


Os medicamentos utilizados são os antidepressivos, medicações que não causam “dependência”, são bem toleradas e seguras se prescritas e acompanhadas pelo médico. Em alguns casos faz-se necessário associar outras medicações, que podem variar de acordo com os sintomas apresentados (ansiolíticos, antipsicóticos).







TRANSTORNO DO PÂNICO

PÂNICO - TRATE ENQUANTO À TEMPO




Causa grande aflição, e medo perante alguma situação. A triste ironia de quem sofre de síndrome do pânico é a seguinte: ter medo da própria doença, de enfrentar os porões dos seus terrores e o receio de não encontrar uma solução. Isso, sim, é a pior parte do problema.


A crise de pânico é o estado mais agudo de uma condição de ansiedade. É o máximo que a ansiedade pode levar uma pessoa. Esta ansiedade é acompanhada de dispnéia, vertigem, sensação de desmaio, palpitações, tremores, sudorese, sufocamento, náusea ou desconforto abdominal, despersonalização, parestesias ou formigamentos, ondas de frio e de calor, medo de morrer, enlouquecer ou cometer ato descontrolado.


Os sintomas característicos do transtorno do pânico são períodos espontâneos, episódicos e intensos de ansiedade, geralmente durando menos de uma hora. Esses ataques de pânico ocorrem comumente duas vezes por semana em indivíduos afetados, embora possam ocorrer com freqüência maior ou menor.


Os pacientes com transtorno do pânico podem também desenvolver agarofobia, medo de ficar sozinho em lugares públicos, especialmente em situações das quais uma saída rápida seria difícil. Estima-se que pelo menos dois terços dos pacientes agarofóbicos também tem ataques de pânico, e alguns médicos acreditam que os ataques de pânico sejam um fator etiológico em virtualmente todos os pacientes com agarofobia.


Como um primeiro ataque da síndrome do pânico, podemos descrever: uma sensação de perda de controle sobre o corpo, sensação de desmaio, algo parecido com um tranco no peito, vontade de fugir sem saber de quê e uma necessidade de estar em um lugar conhecido, com pessoas familiares.

Os indivíduos que desenvolvem a síndrome do pânico apresentam, além de predisposição hereditária, algumas características de personalidade que os expõe mais freqüentemente a ela.


São indivíduos muito competitivos, com ideal de Ego muito elevado, que se envolvem em muitas tarefas, não conseguindo concluí-las.


Estas características associadas a medo de impulsos agressivos sexuais de si mesmo para com os outros ou vice-versa e ao relacionamento hostil / dependente com o companheiro.


A manifestação central do Transtorno de Pânico é o ataque de pânico, um conjunto de manifestações de ansiedade com início súbito, rico em sintomas físicos e com uma duração limitada no tempo, em torno de dez minutos. Os sintomas típicos são: sensação de sufocação, de morte iminente, taquicardia, tonteiras, sudorese, tremores, sensação de perda do controle ou de “ficar louco”, alterações gastro-intestinais. Os primeiros ataques de pânico costumam vir sem qualquer aviso, de modo totalmente inesperado. Depois podem surgir a partir de um nível maior de ansiedade, as ansiedades antecipatórias, ou serem precipitados pelo contato com algum tipo de situação. O Transtorno de Pânico inicia com os ataques e costuma progredir para um quadro de agorafobia, no qual o paciente passa a evitar determinadas situações ou locais por causa do medo de sofrer um ataque. Situações e locais típicos da agorafobia são: túneis, engarrafamentos, avião, grandes espaços abertos, shopping centres, ficar sozinho, sair sozinho. Em todas essas situações existe um denominador comum – o problema que o paciente enfrenta, caso nelas tenha um ataque. Com a progressão do Transtorno, o paciente fica cada vez mais dependente dos outros e com seu espectro de atividades cada vez mais limitado.


Laplanche nos dirá que a relação com o objeto é abordada de forma indireta; que este não é um conceito central, é quase um corolário. Supondo que o susto é produto de um efeito-surpresa e de não-preparação, devemos considerar que este não tem objeto conhecido; a angústia pode se produzir tanto como preparação para um perigo conhecido quanto para um perigo vago. Neste sentido poder-se-ia dizer que a preparação não provém do conhecimento de um objeto em especial.


Laplanche define as histerias de angústia como "designação introduzida por Freud para isolar uma neurose cujo sintoma central é a fobia, e para sublinhar sua semelhança estrutural com a histeria de conversão". Poder-se-ia dizer que a histeria de angústia é uma fobia na qual a angústia ainda não foi ligada a um objeto que, pela sua condição de despertar o medo, permita evitá-la. Nas fobias, as representações angustiantes já estão amarradas a determinados objetos afastados do original.

Outros Transtornos Mentais são comumente associados com o Transtorno de Pânico e precisam ser bem investigados para a elaboração de um plano de tratamento adequado, como Depressão ou Abuso de álcool ou drogas.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

TOC - TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO

TOC





Transtorno Obsessivo-compulsivo, é a repetição de algum ato diversas vezes ao dia, não controlável e causador de grande ansiedade.

Freud revelou,em sua teoria sobre as neuroses, uma característica fundamental na neurose obsessiva; o seu vinculo estrutural com o sentimento de culpa. Através das referências nas representações e afetos atuais, das experiências precoces geradoras de prazer, o sujeito se vê invadido por recriminações, com as quais Freud chega a identificar-se com a idéia obsedante em si mesma, isto é recriminação, que o obsessivo faz a si mesmo, ao reviver o gozo sexual que antecipava a experiência ativa de outrora.


Freud também nos diz que o obsessivo crê na representação recalcada. Este fenômeno da crença (Glauben) ou descrença (Unglauben) na representação vai ser, aliás, de extrema importância no estabelecimento do diagnóstico diferencial entre a neurose obsessiva e a paranóia que é uma psicose. Fiquemos por ora com a neurose obsessiva: o sujeito crê na auto-recriminação, crê na representação recalcada, e é esta crença que o permite duvidar. A dúvida, que Descartes elevou à dignidade de um método filosófico, não é apenas um sintoma da neurose obsessiva. É também uma defesa contra a angústia, contra o afeto que se desloca de uma representação a outra.


Para falar da política da neurose obsessiva, Lacan lança mão de um mito apresentado por Hegel na Fenomenologia do espírito. Tentarei fazer um resumo, necessariamente precário, dado à complexidade e importância da obra de Hegel, do mito em questão, para tentarmos apreender a política do sujeito obsessivo. Hegel propõe um mito da origem do pensamento humano: dois sujeitos se confronta numa rivalidade especular, imaginária e portanto tingida de amor e ódio.


São sujeitos do desejo: cada um deseja que o outro o reconheça como uma “consciência de si”; são portanto animados pelo desejo consciente de reconhecimento. No embate, um deles abre mão do gozo da vida em prol da vitória, que lhe garantiria a liberdade. O outro, temeroso, não abre mão do gozo da vida e, assim sendo, perde a liberdade. É uma disputa sem vencedores e vencidos, pois o primeiro, o mestre, ganha a contenda mas passa a depender do outro, o escravo perdedor, para gozar a vida. O escravo, que é aparentemente o derrotado, detém os meios de fazer gozar o mestre.


A obsessão é para o paciente uma tábua de salvação, pois constitui um obstáculo aos seus impulsos, o neurótico se agarra a ela, sente que a obsessão o protege contra as tendências inconscientes.


"No Mal Estar da Civilização" Freud comenta que na neurose obsessiva há tipos de pacientes que não se dão conta de seu sentimento de culpa ou apenas o sentem com um mal estar atormentador, uma espécie de ansiedade, se impedidos de praticar certas ações. Ele nos mostra que o sentimento de culpa nada mais é do que, uma variedade topográfica da ansiedade, em suas fases posteriores coincide completamente com o medo do super ego, isto é, a severidade da consciência, a percepção que o ego tem de estar sendo vigiado, desta maneira, a avaliação da tensão entre os seus próprios esforços e as exigências do super ego.


Em alguns casos clínicos de Freud ele fala desse sentimento de culpa inconsciente relacionado à medida que há um desmembramento dessas manifestações recalcadas há a possibilidade do terapeuta estar mais próximo dos conteúdos representacionais e ter uma visão mais clara do processo que obrigou o paciente a entrar no quadro das neuroses.


Obsessões são pensamentos, imagens, impulsos, que ocorrem de modo repetitivo, intrusivo, usualmente associados com ansiedade, que a pessoa não consegue controlar, apesar de reconhecer seu caráter anormal. Compulsões são atos ou comportamentos, recorrentes e repetitivos, que o paciente é forçado a realizar, sob pena de entrar em um estado de acentuada ansiedade.


As compulsões costumam se elaborar em rituais com atos relacionados com limpeza, verificação, contagem. O paciente toma dez, trinta banhos por dia, de acordo com um esquema predeterminado. Lava as mãos toda vez que se encosta a certo tipo de objeto. Conta às cadeiras de um cinema para se sentar, exatamente em determinada posição. Certificam-se, inúmeras vezes, de que não deixou uma porta aberta. As obsessões e as compulsões surgem, ou tornam-se evidentes, no início da vida adulta.


Tendem a piorar com a evolução da doença e a ocupar uma parcela cada vez maior do tempo do indivíduo. O grau de incapacitação é sempre considerável e pode atingir extremos quando o paciente torna-se virtualmente paralisado pelos sintomas, incapaz até de levar um garfo até a boca.





TRANSTORNOS DE ANSIEDADE

O MAL DA ATUALIDADE QUE AFETA INUMERAS PESSOAS...













O individuo tem ataques de ansiedade antes ou depois de realizar algo, ou muitas vezes sem realiza-lo. É comum em pequena escala na maioria das pessoas, porém seu excesso é denominado como patológico.




A ansiedade é caracterizada por sentimentos subjetivos de antecipação, temor ou apreensão, ou por um senso de desastre eminente ou morte, associados à vários graus de excitação autonômica e reatividade. Como a dor física, ansiedade leva a alterações de comportamento, exercendo também um papel importante no aprendizado e adaptação. Entretanto a ansiedade severa pode desencadear um funcionamento desadapitado e perturbações psicológicas. A ansiedade tem dois componentes, um psicológico, outro somático.



A ansiedade é um sentimento desagradável, vago, indefinido, que pode vir acompanhado de sensações como frio no estômago, aperto no peito, coração acelerado, tremores e podendo haver também sensação de falta de ar. É um sinal de alerta, que faz com que a pessoa possa se defender e proteger de ameaças, sendo uma reação natural e necessária para a auto preservação. Não é um estado normal, mas é uma reação normal, esperada em determinadas situações. As reações de ansiedade normais não precisam ser tratadas por serem naturais, esperadas e auto limitadas.








A ansiedade patológica, por outro lado caracteriza-se por ter uma duração e intensidade maior que o esperado pra a situação, e além de não ajudar a enfrentar um fator estressor, ela dificulta e atrapalha a reação. O transtorno de ansiedade generalizada costuma ser uma doença crônica, com curtos períodos de remissão e importante causa de sofrimento durante vários anos.



É uma preocupação exagerada que pode abranger diversos eventos ou atividades da vida da pessoa e pode vir acompanhado de sintomas como irritabilidade, tensões musculares, perturbações no sono, entre outros. Costuma causar um comprometimento significativo no funcionamento social ou ocupacional da pessoa, podendo gerar um acentuado sofrimento.




A pessoa pode sentir tremores, inquietação, dor de cabeça, falta de ar, suor em excesso, palpitações, problemas gastro-intestinais, irritabilidade e facilidade em alterar-se. Esses sintomas podem ocorrer na maioria dos dias por pelo menos seis meses. É muito difícil controlar a preocupação, o que pode gerar um esgotamento na saúde física e mental do indivíduo.




Como os sintomas podem ser os mais diversos e vários aspectos podem estar comprometidos, o trabalho inicial do médico está em excluir outras doenças que possam ter sintomas semelhantes ao transtorno de ansiedade generalizada. Para tanto, alguns exames clínicos podem ser necessários, sendo que mais importante do que isso é o relato detalhado de informações do paciente.



O especialista utiliza técnicas psicoterápicas de apoio. Muitas vezes faz-se necessário o uso de medicação (antidepressivos e/ou ansiolíticos) por um determinado período. A maioria das pessoas experimenta uma acentuada redução da ansiedade quando lhes é oferecida à oportunidade de discutir suas dificuldades com um profissional experiente.



A excitação fóbica tanto no Transtorno de Pânico quanto no Transtorno de Ansiedade Social costuma ser vencida somente de modo gradual, na medida em que o paciente passa a enfrentar situações que evitava. Nesse processo, o médico pode trabalhar com o paciente estabelecendo, por exemplo, uma lista de situações a serem enfrentadas, hierarquizadas de acordo com o nível de dificuldade. Os pacientes precisam ser educados sobre os efeitos dos medicamentos, especialmente os indesejáveis. Deve ser explicado que os medicamentos demoram semanas para induzir os efeitos terapêuticos, ao contrário dos indesejáveis, que surgem depois do primeiro comprimido.



Os estudos de seguimento em longo prazo de todos os Transtornos de Ansiedade foram, predominantemente, naturalísticos, abertos e não-controlados. Mostram que a evolução desses Transtornos não é uniforme e com subgrupos diferentes de pacientes. Os pacientes podem ser divididos em três subgrupos quanto à evolução: crônica, episódica ou quadro agudo seguido de remissão.



A conclusão prática para o médico quanto ao tratamento de manutenção dos Transtornos de Ansiedade seria a de que períodos de cerca de seis meses de tratamento farmacológico estariam indicados para a maioria dos casos. Em muitos casos, o tratamento farmacológico é mantido por períodos muito longos de anos por motivos como a resolução apenas parcial da sintomatologia ou pioras nítidas quando a dose do medicamento começa a ser diminuída.




Algumas manifestações Periféricas de Ansiedade, mas comuns são, diarréia, tonturas, hiperidrose, hiper-reflexia, hipertensão, palpitações, midríase pupilar, inquietação, síncope, taquicardia, formigamento nas extremidades, tremores, estômago perturbado, freqüência hesitação, urgência urinária.

FOBIAS




CASO VOCÊ SE IDENTIFIQUE COM O QUE ESTA ESCRITO , OU CONHECE ALGUÉM, PROCURE AJUDA, NÃO DEIXE PASSAR, POIS O PROBLEMA PODERÁ SE AGRAVAR E SOMENTE COM A TERAPIA NÃO TERÁ EXITO.












FOBIA É o medo a alguma situação. Pode ser medo de ambientes fechados (claustrofobia), medo de água (hidrofobia), medo de pessoas (sociofobia), etc...







A sintomatologia da agorafobia torna-se mais complicada pelo fato de que o ego não se limita a fazer uma renúncia. A fim de furtar-se a uma situação de perigo, faz mais: em geral efetua uma regressão à infância, Tal regressão torna-se agora uma condição cuja realização isenta o ego de fazer sua renúncia. Por exemplo, um paciente agorafóbico pode ser capaz de caminhar na rua contando que esteja acompanhado, como uma criancinha, por alguém que ele conhece e em quem confia; ou pelo mesmo motivo, poderá ser capaz de sair sozinho, contanto que permaneça uma certa distância se sua própria casa e não vá a lugares que não lhe sejam familiares ou onde as pessoas não o conheçam. A fobia de estar sozinho não é ambígua em seu significado, independentemente de qualquer repressão infantil: ela é, em última análise um esforço para evitar a tentação de entregar-se aa masturbação solitária. A regressão infantil naturalmente só pode ocorrer quando o individuo não é mais uma criança.







Uma fobia geralmente se estabelece após o primeiro ataque de ansiedade ter sido experimentado em circunstâncias especificas, tais como na rua, em um trem ou em solidão. A partir desse ponto, a ansiedade é mantida em interdição pela fobia, mas ressurge sempre que a condição não pode ser realizada. O mecanismo de fobia presta bons serviços como meio de defesa e tende a ser muito estável. Uma continuação da luta defensiva, sob a forma de uma luta contra o sintoma, ocorre com freqüência, mas não invariavelmente. O tratamento mais indicado é a psicoterapia.







Comportamental - A exposição controlada e progressiva ao objeto fóbico. Neste caso através de técnicas de relaxamento e controle da ansiedade procura-se dessensibilizar o indivíduo.






Cognitivo - Ajuda-se a reestruturar os pensamentos anômalos. Este objetivo é conseguido também através da aquisição de informação sobre o objeto ou a situação fóbica.






Psicodinâmico - Busca o entendimento e elaboração do(s) significados simbólicos do sofrimento e dos sintomas desenvolvidos, bem como, a elucidação dos ganhos secundários desses.







Seis em cada dez pessoas com fobias conseguem se lembrar da primeira vez que a crise de medo aconteceu pela primeira vez, quando as sensações de pânico ficaram ligadas ao local ou situação em que a crise ocorreu. Para essas pessoas, há uma ligação muito clara entre o objeto e a sensação de medo. Por exemplo, uma pessoa tem uma crise de pânico ao dirigir, e a partir desse dia passa a evitar dirigir desacompanhada, com temor de passar mal e não ter ninguém por perto para auxiliá-la. E talvez esse temor se expanda para um local aonde a saída seja difícil em caso de "passar mal", como cinemas e teatros. Surgiu assim uma agorafobia, um medo generalizado a "passar mal" e não ter como escapar ou receber auxílio.







Uma outra pessoa, por exemplo, pode ter tido uma experiência traumática de um acidente de carro, e a partir desse dia não querer mais andar de carro, desenvolvendo uma fobia especifica a carros; Perceba que o medo de andar de carro é igual, mas a origem, e na verdade, o próprio medo é fundamentalmente diferente. No primeiro caso, o que se evita é ficar numa situação em que o socorro possa ser complicado, e no segundo caso, o que se evita é o carro em si mesmo.
Mas por qual motivo uma pessoa desenvolve uma fobia? E ainda, por quais razões algumas fobias são mais comuns que outras? Vários neurocientistas acreditam que fatores biológicos estejam francamente ligados. Por exemplo, encontrou-se um aumento do fluxo sangüíneo e maior metabolismo no lado direito do cérebro em pacientes fóbicos. E já foi constatado caso de gêmeos idêntico educados separadamente que desenvolveram um mesmo tipo de fobia, apesar de viverem e serem educados em locais diferentes.






Também parece que humanos nascem preparados biologicamente para adquirir medo de certos animais e situações, como ratos, animais peçonhentos ou de aparência asquerosa (como sapos, lesmas ou baratas). Numa experiência clássica, Martin Seligman associava um estímulo aversivo (um pequeno choque) a certas imagens. Dois ou quatro choques eram suficientes para criar uma fobia a figuras de aranha ou cobra, e muitas mais exposições eram necessárias para uma figura de flor, por exemplo.










A provável explicação é que esses temores foram importantes para a sobrevivência da espécie humana há milênios, e ao que parece trazemos essa informação muitas vezes adormecida mas que pode ser despertada a qualquer momento.







Outra razão para o desenvolvimento das fobias pode ser o fato de que associamos perigo a coisas ou situações que não podemos prever ou controlar, como um raio numa tempestade ou o ataque de um animal. Nesse sentido, pacientes com quadro clínico de transtorno de pânico acabam desenvolvendo fobia a suas próprias crises, e em conseqüência evitando lugares ou situações que possam se sentir embaraçados ou que não possam contar com ajuda imediata. E por fim, há clara influência social. Por exemplo, um tipo de fobia chamada taijin kyofusho é comum apenas no Japão. Ao contrário da fobia social (em que o paciente sente medo de ser ele mesmo humilhado ou desconsiderado em situação social) tão comum no ocidente, o taijin kyofusho é o medo de ofender as outras pessoas por excesso de modéstia e consideração. O paciente tem medo que seu comportamento social ou um defeito físico imaginário possa ofender ou constranger as outras pessoas. Como se percebe, esse tipo de fobia é bem pouco encontrado em nosso meio. O que há em comum em todas as fobias é o fato de que o cérebro faz poderosos link em situações de grande emoção.







Para entender o que se passa, é interessante lembrar de uma situação universal: você provavelmente, em algum tempo de sua vida, estava com outra pessoa, numa situação bastante agradável, e ao fundo tocava uma música. Agora, quando você ouve a música, lembra da situação. E se parar para pensar bem, não apenas lembra da situação, mas talvez sinta as mesmas sensações agradáveis.
Para o cérebro, o fenômeno é o mesmo. Fortes emoções em geral ficam ligadas ao que acontece em volta. Em geral as fobias ocorrem quando a crise de pânico é desencadeada em situações que já são potencialmente perigosas. Por exemplo: nenhum animal (e nós somos animais, lembra-se?), gosta de ficar acuado ou perto de algum outro animal que possa lhe trazer riscos.







Estar preso no transito, num elevador, num shooping é, para quem sofre de certos tipos de fobias, uma situação de "ficar acuado", sem saída, por isso, muitos pacientes com pânico acabam desenvolvendo fobias a lugares fechados.
Para o celebro, o fenômeno é o mesmo; fortes emoções em geral ficam ligadas ao que acontece em volta. Em geral as fobias ocorrem quando a crise de pânico é desencadeada em situações que já são potencialmente perigosas. Por exemplo nenhum animal ( e nós somos animais, lembra-se?), gosta de ficar acuado ou perto de algum outro animal que possa lhe trazer riscos.







Estar preso no trânsito, num elevador, num shooping é, para quem sofre de certos tipos de fobia, uma situação de "ficar acuado", sem saída; por isso, muitos pacientes com pânico acabam desenvolvendo fobias a lugares fechados.







No caso das fobias, a causa que desencadeia o sintoma está sempre situada no passado que se reativa no presente, decorrente de um objeto real ou simbólico. É importante ressaltar que este objeto desencadeante pode passar desapercebido tanto aos olhos do paciente como do profissional, uma vez que o laço existente entre a realidade e a fantasia está sob o efeito da repressão e do deslocamento, conforme exemplificamos no caso relatado. Quando o mecanismo falha, ocorre um reencontro com o objeto que desencadeia a angústia, e é então que surge a síndrome do pânico. Ressalte-se que esta não aparece, portanto, como um quadro isolado e autônomo. Para Freud, uma vez constituído o sintoma, ele gera um impedimento atual, real e presente, criando uma nova angústia que se liga a esta representação. Entretanto, este enlace é contingente, diferenciando-se assim do enlace original. Por esta razão, muitas vezes, após a aparição do primeiro ataque, temem-se os seguintes.